terça-feira, dezembro 21

Querido Pai Natal

Não te escrevo há tantos anos, que já nem te deves lembrar de mim. Escrevia-te uma carta pitoresca, com todos os presentes que sonhava e colocava-a debaixo da chaminé.                                                  Lembras-te quando te pedi uma viola e trouxeste-me uma guitarra clássica? Pelas duas da manhã, às escuras, sorrateiramente, verificava se os patinhos já tinham prendinhas e corria a acordar a minha irmã. Nunca te cheguei a ver, eras demasiado rápido na tua visita. Porém, num ano em que te pedi uma bicicleta, vi o meu pai a passear na rua com uma novinha e três dias mais tarde, apareceu no meu sapato de natal. Efectivamente, nesse ano percebi que não existias verdadeiramente, apenas na minha imaginação. Hoje, ao fim de tantos anos, recorro novamente a ti, pois ando com pouca  imaginação.  Não te preocupes que não quero nenhum brinquedo! Quero pedir-te uma coisa muito maior e boa para todo o mundo: que dês mais bondade aos corações das pessoas. Dá-me coragem para lidar com gente má, para que o mundo seja um lugar bem mais tranquilo.
Um beijo da tua sempre menina
Maria

Concurso de Saltos Internacional no Porto

Decorreu na Exponor o Concurso de Saltos Internacional do Porto, o maior evento equestre indoor realizado no nosso país. Assisti, no dia 12, à final do concurso, com a nossa cavaleira Marina Melo a ficar em 3º lugar. É empolgante ver a destreza e também a teimosia de alguns cavalos perante os obstáculos, bem como a garra com que os cavaleiros orientam os seus cavalos. Foi merecida a vitória do 1º lugar do Gregory Wathelet, sendo que os quatro lugares seguintes pertencem a cavaleiras. Excelentes resultados, sem dúvida, mas julgo que teriam sido melhores se houvesse menos cautela por parte das cavaleiras e mais ousadia.
O jogo da Supertaça de HorseBall foi outro momento alto da tarde, com a Equipa Mike David a vencer a final. Encerrou-se o concurso com uma corrida de póneis, pelo que a gargalhada foi geral.


Até para o ano!
Maria

domingo, novembro 21

Modelos Fotográficos

Assisti a um workshop de fotografia de moda na Fnac do Gaia Shopping, com o fotógrafo Paulo Roberto e a modelo fotográfico Dani. A fotografia de moda não é a que mais aprecio, no entanto, aprende-se sempre algumas coisas práticas nestes workshops. Não vou partilhar as técnicas que aprendi, vou simplesmente falar de um trabalho que passei a valorizar, a de modelo fotográfico. A modelo era simplesmente linda, usando de uma expressividade facial e corporal fantásticas. O tema fotográfico remontava aos anos 40, ao estilo das estrelas de Hollywood, com os exageros próprios da época. É um verdadeiro trabalho de artista levar com a luz intensa das softboxes, manter o olhar inalterado e estar perante uma plateia tal e qual um actor, recriando continuamente emoções com o corpo. Imagino as horas que passam ao espelho a criar as expressões dramáticas, para depois serem perfeitas. A Cecília arriscou-se a tirar umas fotos á modelo com o novo modelo da Samsumg nx100, mas acho que mal a conseguiu ver no visor, nervosa com a beldade à frente e com a plateia atrás. Mas lá conseguiu 2 lindas fotos. Realmente, nem tudo o que parece simples, o é. Há que valorizar devidamente cada ofício. Uma boa modelo fotográfico é meio caminho andado para uma boa fotografia.




Maria

Livro "Os portugueses são analfabetos sexuais ...e emocionais"

Assisti quinta-feira passada ao lançamento do livro "Os portugueses são analfabetos sexuais ...e emocionais", de Manuel Damas, no espaço CASA.
Tendo sido a primeira vez que lá fui, achei a CASA muito acolhedora e cheia de vida. Respirava-se um ambiente saudável, de partilha. 
O Prof. Manuel Damas estava visivelmente emocionado com o lançamento do seu primeiro livro. O titulo é bombástico e sem dúvida que nos suscita a sua leitura. Já li algumas páginas e a sua escrita é frontal e cativante. Fica aqui o desafio para nos aprofundarmos mais na teia da sexualidade humana.




Cecília

SER FELIZ...de Fernando Pessoa


Esta semana encontrou-me um poema de Fernando Pessoa, que já não lia desde a minha adolescência. Encontrou-me sim, não é engano, pois há simplesmente "coisas" que vêm ter connosco, mesmo quando as não procuramos, com um propósito maior:   




"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, 
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo,
e que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas 
e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, 
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

                                                                                (  Fernando Pessoa )

Maria

domingo, novembro 14

Visibilidade incomoda e os ataques não param de surgir.



Tal como sempre digo, a ignorância é a base dos ataques homofóbicos e da resistência á mudança de mentalidades. Quer se queira ou não, a visibilidade incomoda muita gente e os ataques não param de surgir.
Em Belgrado, em Outubro, um grupo de manifestantes atirou cocktails molotov e granadas paralisantes contra um desfile pacífico de "orgulho gay", ferindo 150 pessoas.
Em Nova Iorque, também em Outubro, três jovens que se julga serem homossexuais foram raptados, levados para um apartamento desabitado e submetidos a actos de tortura terríveis e maus tratos físicos.
Na África do Sul, realizou-se no Soweto uma marcha em grande escala para chamar a atenção para as violações generalizadas de lésbicas, actos considerados como tentativas de "corrigir" a sexualidade das vítimas.
No Uganda, um jornal, no dia 2 de Outubro, publicou um artigo na primeira página identificando 100 ugandeses como gays ou lésbicas, colocando ao lado das suas fotografias um cabeçalho em que se dizia: "Enforquem-nos."
Esta semana a associação CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afecto) sofreu dois atentados, um no espaço, outro no site. Sendo uma associação que levanta questões sensíveis, desde a sexualidade, agressões sexuais, violência doméstica e igualdade de género, é lamentável que se observem actos de violência contra quem apenas quer ajudar os outros a serem felizes, independentemente da orientação sexual.
É necessário descriminalizar a homossexualidade no mundo inteiro, pois há mais de 70 países em que as pessoas podem ser objecto de sanções penais. Estas leis perpetuam o estigma e contribuem para um clima de intolerância e violência. São necessários maiores esforços e mais iniciativas legislativas e educacionais para combater a discriminação e a homofobia.
Esta semana, no parlamento, a lei do apadrinhamento civil (figura jurídica que permite que pessoas com mais de 25 anos possam acolher uma criança ou jovem em risco, a título definitivo, desde que o vínculo à família biológica não se perca) colocou a porta entreaberta ao acolhimento de crianças por casais do mesmo sexo. Não há nenhum ponto na lei que regulamenta esta nova figura jurídica que proíba homossexuais solteiros ou casados de apadrinharem crianças institucionalizadas. Aqui, a homossexualidade é um factor de ponderação à habilitação dos padrinhos, ao lado de outros factores como as condições económicas, sociais e emocionais dos candidatos. É claro, que factor de ponderação não soa bem, soa a desigualdade, mas não está definitivamente excluída. É mais uma luz ao fundo do túnel.
Cabe a NÓS TODOS exigir igualdade para todos os nossos semelhantes.

Maria

domingo, novembro 7

Dilma Vana Rousseff

Dilma Vana Rousseff foi eleita Presidente do Brasil, a primeira mulher a ocupar este cargo na República Federativa do Brasil. É um marco importante para a história das mulheres brasileiras, mas também para a história do mundo inteiro. 
O ano passado foi considerada pela Revista Forbes a 16ª pessoa mais importante do mundo, enquanto exercia a função de Ministra-chefe da Casa Civil.

A história pessoal e profissional de Dilma, mostra-nos uma mulher idealista, corajosa e persistente nos seus objectivos, tendo inclusive sido prisioneira política na juventude. Sendo do Partido Trabalhista, a economia e a política sempre estiveram no centro da sua carreira. 
Julgo que será uma excelente Presidente, tal como o foi Lula da Silva. 
É com muito apreço, que vejo as mulheres cada vez mais dispostas a lutar por cargos hierarquicamente mais altos e de mais responsabilidade. É necessário que a voz das Mulheres se ouça mais no mundo, para que a Diferença se possa fazer. 

Maria

segunda-feira, outubro 25

Novos oceanos

"O Homem não descobre novos oceanos a menos que tenha a coragem de perder de vista a linha da costa"

                                        André Gide
                                         (Nobel de Literatura de 1947) 

quinta-feira, setembro 30

Homossexuais fora das forças Armadas

Surpreende-me, que em pleno séc. XXI, em países ditos desenvolvidos, a homofobia tenha uma força esmagadora. Porque homofobia é sinal de ignorância e analfabetismo das vivências humanas.
Digo isto porque o senado norte-americano chumbou a anulação da medida “don’t ask, don’t tell”, que permitiria o acesso de homossexuais assumidos às forças armadas. Desde 1993, que cerca de 13 mil pessoas foram dispensadas dos seus cargos, em virtude da sua orientação sexual.  A ironia da situação, é que ocultando a identidade sexual, é-se militar. Podem manter-nos calados, podem privar-nos de vida pública e afectar-nos na privada, mas não conseguem excluir-nos definitivamente do exército. A exclusão e o preconceito não são estandartes dos desenvolvidos, nem tão pouco somos o joio do trigo.
Compete a cada governo, zelar pela igualdade de direitos de todos os cidadãos, não o contrário, por um futuro mais promissor da nossa geração e das vindouras.



Maria

domingo, setembro 26

Festa do Outono em Serralves

Entramos no Outono, a estação do ano que mais gosto e em que tudo se transforma! E para o comemorar, Serralves realizou hoje uma grande festa.
De entre as várias actividades, gostei sobretudo de 2 oficinas que participei:"cores e aromas de Serralves" e "cozinha solar". Na primeira, assisti ao método de elaboração do perfume de alfazema, extremamente simples, e na segunda, construí um mini forno solar portátil, que seria extremamente interessante, não fosse o facto de demorar 2 horas a cozinhar um simples bolo. A atracção musical foram os Galandum Galundaina, um grupo das terras de Miranda e Nordeste Transmontano, que nos vieram animar com a música tradicional da região. Muitos dos presentes manifestaram-se com algumas danças, sobretudo as crianças, que deliraram com a música. Na ultima canção, deixei um pouquito o pudor de lado e dei uns pezinhos de dança.Quero acrescentar que a entrada era livre, o que atendendo à actual crise que o país atravessa, é de louvar, e a cultura não ocupa espaço. Gostei muito!




Maria

quarta-feira, setembro 8

O peso do silêncio


A revista Com’Out pede para escrevermos um artigo sobre “como é ser LGBT no sítio onde moramos/crescemos”. Não sei realmente o que pensam as outras pessoas como eu, mas a verdade é que sinto-me muitas vezes uma estrangeira, tanta na minha terra actual, como naquela em que cresci. Nunca se chega a estar completamente enquadrada e são pouquíssimas as pessoas que verdadeiramente nos aceitam. Conter os gestos, as palavras, os pensamentos, as vivências…porque há sempre a opressão dos Outros, o medo das suas reacções, é castrador. Colocam-nos uma nikab, que sendo invisível aos olhos, não o é “cá dentro”. Ser diferente não é fácil, é preciso grande resistência. O silêncio pesa, rói, deixa na boca um sabor amargo, um grito que ricocheteia cá dentro.  Quebrar o silêncio não é simples. O casamento civil homossexual trouxe alguma dignidade pública às nossas relações, manchadas há séculos. Mas as pessoas têm medo de falar alto e neste grupo, infelizmente, me incluo. Os famosos falam alto, mas esses são intocáveis. O medo acovarda e aprisiona. Vive-se de segredos e de pequenas mentiras, porque a verdade incomoda a muita gente. Aos poucos, vou desafiando o meu destino, as minhas limitações e desejos. Quando chegar o tempo de andar de mão dada com a minha mulher sem ninguém olhando para nós, será uma vitória, ganharemos o direito à indiferença. Quebrar o silêncio era tão bom!
Maria

terça-feira, agosto 31

Desisto de ser cristã. Não contem comigo


Anne Rice, autora de diversos livros, entre os quais “Entrevista com o Vampiro”, anunciou no inicio deste mês a sua posição relativamente à religião: desistiu de ser cristã.
A posição hostil  da Igreja para com os direitos das mulheres, dos homossexuais e uso de métodos contraceptivos, aliados às declarações recentes feitas por um pastor norte-americano que afirmou que os países muçulmanos que executam homossexuais são mais “morais” do que os EUA, levou Rice a tomar esta posição. 
Anne escreveu na sua página pessoal: “Desisto de ser cristã. Não contem comigo.  Recuso ser anti-gay em nome de Cristo. Recuso ser anti-feminista em nome de Cristo. Recuso ser anti-contraceptivos em nome de Cristo. Recuso ser anti-democracia. Recuso ser anti-humanismo secular. Recuso ser anti-ciência. Recuso ser anti-vida. Em nome de Cristo, desisto da cristandade e de ser cristã. Amen.” Acrescenta ño entanto que a sua fé em Cristo é “crucial”, e que “seguir Cristo não significa seguir os seus seguidores”.
Tal e qual ela, também eu me revejo nas suas palavras. Ainda ontem vi um vídeo sobre um pastor do Uganda destilando ódio e preconceito contra as relações homossexuais. Deturpava a informação que dava à comunidade (de forma imprópria e nojenta), dizendo que a homossexualidade era quase apenas o mesmo que fisting. De mentes tacanhas e ridiculas estó o universo cheio. 
Não contem comigo, recuso ser... 

Maria

quarta-feira, agosto 11

O pseudo fim do romantismo

Li há dias numa capa de revista, qualquer coisa como "dentro de 20 anos extingue-se o romantismo e teremos vários parceiros em simultâneo".
A poligamia sempre existiu, é tão velha quanto os seres humanos. Nada tenho a favor nem contra, pois cada qual faz o quer da sua vida. Mas não me falem em acabar com o romantismo.
Sou, por natureza, romântica e conceber a vida sem romantismo é uma desilusão. É verdade que temos a capacidade de gostar de várias pessoas e de construir grandes laços de amizade. Mas julgo que nos perdemos quando nos viramos apenas para os prazeres carnais, para a satisfação da gula física em detrimento de relações fundadas em sentimentos mais profundos, como o Amor. Porque quem ama (digam lá o que disserem) não gosta de ver a pessoa amada mantendo relações sexuais ou de outro foro com outra. Há quem lhe chame egoísmo.  
Mas Eu acredito no Amor de dois seres humanos, um amor cuidado, responsável, leal, criativo, mas também louco, vibrante, possante, que nos preenche o corpo e a alma. Somos ricos quando amamos e somos amados, quando cuidamos de quem nos ama, quando vivemos ao lado de quem amamos.
Haverá felicidade maior?
Respeitando as diferentes maneiras de amar de cada um, as diversas formas de felicidade, lamentarei se o romantismo se extinguir nas relações. Reinará a insensibilidade e o egoísmo? O individualismo?

Romântica até morrer!

Maria

domingo, julho 11

Kiana Firouz conseguiu ficar no Reino Unido!

Kiana Firouz, iraniana que estava para ser deportada da Inglaterra para o Irã e cuja situação mobilizou várias organizações no mundo via Internet vai permanecer na Inglaterra como refugiada em Londres.

5ª Marcha do Orgulho LGBT no Porto

Decorreu a 10 de Julho, a 5º marcha do Orgulho LGBT no Porto. Esta foi a 3ª marcha em que participamos, nuas de máscaras. Estiveram presentes cerca de duas mil pessoas, a maior marcha de sempre no Porto.
O objectivo era celebrar a mais recente conquista do casamento civil homossexual e reivindicar outros direitos como a parentalidade, a adoção, a igualdade de género e a luta contra a descriminação. Este ano, o percurso alterou ligeiramente e inclusive, sentamo-nos todos em plena rua de Stª Catarina, a ouvir o manifesto "Existimos, direitos exigimos", durante 6 minutos. Foi um momento engraçado, talvez dos poucos em que as pessoas puderam ver que éramos simplesmente iguais a elas. A parentalidade e a adoção são temas importantes para mim, no entanto, há um que permanece a enubla-los e que não é mencionado: o Medo.
Medo da visibilidade, medo da discriminação, medo de falar, medo de perder, medo do desemprego, medo da exclusão...um medo que mata, que abafa! Já sei que "não devemos dar-nos ao medo", mas sinto-o em mim como uma sombra. Olhando em redor, pelo mundo, assusta verificar que assassinar homossexuais ainda é normal e que os valores de humanidade invertem muito rapidamente.
Assusta muito, mas os sinais do medo combatem-se com acções. Seremos duas das pioneiras da nossa geração a casar. Aos poucos sairemos do armário. São sobretudo jovens, a grande maioria das pessoas que se manifestam.
A perder para o ano, fica a festa do Pride no teatro Sá da Bandeira. Excluindo a boa organização e intenção do evento, o espaço apresenta fracas condições, sobretudo de extracção de fumos. A ausência de espectáculo para mulheres (onde aqui se acentuam logo as diferenças de género), o passar apenas de shows de transformismo (que não aprecio minimamente, pois qualquer pessoa canta e dança em playback), são pormenores que levam-me a ponderar no próximo ano fazer festa noutro lado. Saudades da Pride no barco do amor, em que a diversão era tão boa.

No geral, foi um dia de grandes emoções, com novas amizades à mistura.

Maria

segunda-feira, junho 28

Estreou dia 24 de Junho o trailer "DUAS MULHERES"


Joana, médica psiquiatra de 40 anos, é casada com Paulo, executivo de uma grande empresa financeira. Paulo espera que Joana cumpra o seu papel e o siga nas suas constantes demonstrações sociais de influência e competência. Mas a disposição e o quotidiano de Joana são profundamente alterados, quando Mónica, uma jovem modelo, entra na sua vida, por via de uma consulta de urgência.

quinta-feira, junho 24

S. João do Porto


Este ano, decidimos ir ao Cais de Gaia ver o fogo-de-artifício da festa popular do S. João. Após as sardinhas assadas na brasa com pimento, lá fomos prá rua, que nestes dias está cheia de gente a circular. Tanto no rio como em terra, todos mostravam a sua alegria, uns martelando animadamente nas cabeças circundantes, outros dançando ao som de música animada. A tradição incluí o alho pôrro (fugimos de alguns), o limonete, o ramo de cidreira, os vasos de manjerico com versos populares, os balões de ar quente, os bailes, as marchas, as fogueiras e, dei por mim a questionar-me do porquê do uso dos martelos. Investiguei e fiquei a saber que o martelo foi inventado em 1963 por Manuel Boaventura, um industrial de plásticos do Porto. Tirou a ideia num saleiro/pimenteiro que tinha aspecto de um fole, tendo-lhe adicionado depois um cabo com apito. A moda pegou na queima das fitas e alastrou-se ao S. João. Ironicamente, este ano não martelamos ninguém. O fogo da meia-noite foi bonito como sempre, acompanhado com diversas músicas do mundo. Só nos faltaram as farturas, que já não se vendem por estes lados.

sexta-feira, junho 18

Que palavra usar para despedir-me de Saramago?

Morreu um génio da literatura, José de Sousa Saramago. Polémico (nem sempre compreendido), irreverente, autodidacta, mas indubitavelmente único na maneira de jogar com a palavra. Um Homem de inegável valor, que nos orgulha com a sua vasta e diversificada obra. Delas destaco as três que mais gostei: "Intermitências da Morte", "Todos os nomes" e "Caim". Será sempre recordado como um grande mestre da literatura.
Sentiremos saudades da sua mente BRILHANTE.



Adeus! não, pois "a deus" não se encaixa em Saramago.

Inté Saramago


terça-feira, junho 15

Diga sim pra mim

Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo a beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com bouquet e lua de mel
Diga sim pra mim
Sim pra mim

segunda-feira, junho 7

1º Casamento Homossexual em Portugal


Teresa Pires e Helena Paixão casaram hoje no registo civil.
É o primeiro casamento homossexual em Portugal, e por isso as duas estão de parabéns.
Já referi uma vez  e torno a mencionar, que sois duas mulheres corajosas, firmes nos vossos propósitos e no vosso amor. Fazeis continuamente história no nosso país e por isso sereis sempre lembradas (só vos faltou um beijo bem dado no momento, ai os nervos!).
Desejo-vos as maiores felicidades

Maria

Serralves em festa 2010

Sábado e Domingo, a Serralves esteve em festa. Passamos por lá, como é habitual e viemos enriquecidas com alguns dos eventos. O "tout va bien", projecto dos cartazes publicitários, em que pessoas representavam nos seus interiores, transformou-se numa ideia bastante original. Na dança, saliento "do lugar de onde vou", em que vários jovens nos deliciaram com as suas actuações, particularmente com a dança dos fantasmas. Assistimos a algumas actuações dos "The magic ID", um grupo de música pop cuja vocalista Margareth Kammer tinha uma voz fantástica, a meu ver o único ponto apreciável da banda. Já os "Big Band Esmae" fizeram espectáculo. Esta  orquestra de Jazz fez-nos dançar no prado com o seu repertório. E entre todos os espectáculos, também os jardins de Serralves valem sempre a pena serem visitados, conviver com a natureza é sempre uma óptima fuga ao dia-a-dia.

Maria

quarta-feira, maio 19

A conquista do Casamento Civil Homossexual

Ontem choveram telefonemas de felicitações. O casamento civil homossexual foi promulgado no dia internacional contra o homofobia. Não obstante o tom contrafeito e as palavras menos doces do PR, a verdade é que concluímos mais uma meta das nossas vidas. À parte os valores pessoais de cada um, todos somos iguais perante a Lei. 
E agora começa uma nova etapa. É obvio que a descriminação, o insulto e os medos não vão ficar por aqui, nem alguns vão "sair do armário", mas com tempo tudo se constrói. Antevejo que a caminhada não vai ser fácil, sobretudo para aqueles (como eu) que viveram muitos anos sob o manto da invisibilidade e da omissão, mas será um país mais colorido para os mais novos. 
A Cecília e eu, passamos duas horas a ver vestidos de noivas (não gostamos de nenhum) e bolos de casamento (apetitosos). E que bem soube (esquecendo a despesa que acarretam). 
O futuro ao futuro pertence. Vale a pena correr riscos por aquilo que se deseja. 
Parabéns a todas(os) nós.

Maria
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