domingo, janeiro 16

Homicídio do cronista Carlos Castro

Estou chocada com tudo o que tenho assistido nos últimos dias relativamente ao assassinato do cronista Carlos Castro. Castro foi assassinado, de forma brutal, por um homem de 21 anos, em aparente situação de violência doméstica. Um crime violento, que só merece notas de pesar pela vítima, como em todos os casos em que o direito à vida é retirado. Neste caso particular, em que a vítima é um homossexual assumido e o agressor um homem cuja identidade sexual é dúbia, assiste-se a um chorrilho de comentários homofóbicos e criminosos contra a vítima e contra as pessoas homossexuais. É assustadora a ausência de bom senso e excesso de ignorância de muitos portugueses. O crime não é valorizado por um homossexual ter sido assassinado? É o assassino a vítima? Por ser modelito? Não há desculpas de pressões ou contrariedades que justifiquem um crime, pois quem não está bem numa situação muda-se. A regra cabe a todos, homens e mulheres, sejam eles quem forem. E como todos os assassinatos, a justiça tem de ser exemplar, punir o assassino. Como alguns portugueses não conseguem, pela respectiva limitação intelectual, separar o acto de um crime ao ódio que nutrem pelas pessoas de orientação sexual homossexual, aproveitam-se para incitar o ódio e o crime (pela Internet). A liberdade de expressão, nestas condições, deve ser censurada e denunciada à polícia e bem punida. Através do anonimato, muitos ignorantes comentam bestialidades nos sites e blogues. Talvez, se por cá se fizesse como na Arábia Saudita, em que a lei obriga que qualquer cidadão que queira fazer publicações na Internet , ou em blogues, obtenha uma licença governamental, talvez o encorajamento de insultar  e matar se reduzisse pela ausência do anonimato e por uma mais eficiente acção policial. A liberdade de expressão deveria ter limites?

Cecília
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...