domingo, novembro 14

Visibilidade incomoda e os ataques não param de surgir.



Tal como sempre digo, a ignorância é a base dos ataques homofóbicos e da resistência á mudança de mentalidades. Quer se queira ou não, a visibilidade incomoda muita gente e os ataques não param de surgir.
Em Belgrado, em Outubro, um grupo de manifestantes atirou cocktails molotov e granadas paralisantes contra um desfile pacífico de "orgulho gay", ferindo 150 pessoas.
Em Nova Iorque, também em Outubro, três jovens que se julga serem homossexuais foram raptados, levados para um apartamento desabitado e submetidos a actos de tortura terríveis e maus tratos físicos.
Na África do Sul, realizou-se no Soweto uma marcha em grande escala para chamar a atenção para as violações generalizadas de lésbicas, actos considerados como tentativas de "corrigir" a sexualidade das vítimas.
No Uganda, um jornal, no dia 2 de Outubro, publicou um artigo na primeira página identificando 100 ugandeses como gays ou lésbicas, colocando ao lado das suas fotografias um cabeçalho em que se dizia: "Enforquem-nos."
Esta semana a associação CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afecto) sofreu dois atentados, um no espaço, outro no site. Sendo uma associação que levanta questões sensíveis, desde a sexualidade, agressões sexuais, violência doméstica e igualdade de género, é lamentável que se observem actos de violência contra quem apenas quer ajudar os outros a serem felizes, independentemente da orientação sexual.
É necessário descriminalizar a homossexualidade no mundo inteiro, pois há mais de 70 países em que as pessoas podem ser objecto de sanções penais. Estas leis perpetuam o estigma e contribuem para um clima de intolerância e violência. São necessários maiores esforços e mais iniciativas legislativas e educacionais para combater a discriminação e a homofobia.
Esta semana, no parlamento, a lei do apadrinhamento civil (figura jurídica que permite que pessoas com mais de 25 anos possam acolher uma criança ou jovem em risco, a título definitivo, desde que o vínculo à família biológica não se perca) colocou a porta entreaberta ao acolhimento de crianças por casais do mesmo sexo. Não há nenhum ponto na lei que regulamenta esta nova figura jurídica que proíba homossexuais solteiros ou casados de apadrinharem crianças institucionalizadas. Aqui, a homossexualidade é um factor de ponderação à habilitação dos padrinhos, ao lado de outros factores como as condições económicas, sociais e emocionais dos candidatos. É claro, que factor de ponderação não soa bem, soa a desigualdade, mas não está definitivamente excluída. É mais uma luz ao fundo do túnel.
Cabe a NÓS TODOS exigir igualdade para todos os nossos semelhantes.

Maria

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