terça-feira, abril 28

4 Minutos


Um filme realmente notável.

A Sra. Krüger trabalha há 60 anos ensinando piano para presidiárias na Alemanha. Provocada pelo diretor da penitenciária, que ironiza sobre a baixa assiduidade de suas alunas, a pianista decide abrir novas vagas para a turma e recebe a visita de Jenny, uma jovem instável e agressiva que cumpre pena por assassinato. No primeiro encontro, porém, a jovem acaba perdendo o controle e espanca um dos guardas.

Apesar de ter uma severa punição, Jenny recebe um crédito da Sra. Krüger, que resolve tê-la entre suas alunas. Logo, a professora percebe que a jovem não é uma simples estudante, mas uma pianista com um talento acima da média. Por isso, ela inscreve a prisioneira em um grande concurso de música, e começa a treiná-la com empenho para que a jovem saia vitoriosa. Aos poucos, com a convivência, a mestre vai descobrindo segredos do passado da aluna, que aprendeu música forçada por um pai violento.

A convivência também desperta na professora algumas lembranças dolorosas do passado, de quando começou a trabalhar na instituição, que na época ainda era dominada pelos nazistas. O extremo rigor de Krüger, junto à rebeldia e modos bruscos de Jenny, vai dificultando cada vez mais a relação entre elas, que só conseguem se unir por um objetivo em comum, a música. Porém, quando o concurso se aproxima, as duas terão de esquecer os problemas do passado para que a jovem se saia bem nos Quatro Minutos da apresentação.



O filme foi o grande vencedor do 57º Prêmio do Cinema Alemão de 2007, superando o favorito Perfume - A História de Um Assassino, de Tom Tykwer. Quatro Minutos também venceu na categoria de melhor atriz, com Monica Bleibtreu, em seu aniversário de 63 anos, interpretando a Sra. Krüger, personagem de mais de 80. A produção do filme levou mais de oito anos para ser concluída, e ele foi exibido em 2006 no Festival do Rio.
Um filme a não perder.

Cecília

quarta-feira, abril 22

A familia como base ao desafio


O presidente da conferência episcopal portuguesa, D. Jorge Ortiga, voltou ao ataque. As famílias homossexuais parecem ser um alvo a abater, visto não se enquadrarem na concepção familiar da Igreja. Refere que as famílias estão sujeitas a “múltiplos e permanentes ataques”, exigindo aos partidos uma concepção de política familiar nos programas eleitorais, que a apoie e promova, tendo em conta as muitas situações que a ameaçam, como os divórcios, o desemprego, a falta de dinheiro, etc. Palavras muito bonitas, que concordo, mas que nas entrelinhas manifestam a exclusão das famílias homossexuais das suas concepções de famílias e dos seus direitos de fazerem parte de políticas familiares, e isso é inadmissível. Insurgem-se contra o partido socialista por dar voz a famílias homossexuais e referem de “grave a tentativa de redefinição legal do casamento” e “que política familiar poderá conceder um Estado que começa por ignorar o papel social da família”? Devo julgar, pelas suas afirmações, que um homossexual quando nasce perde logo o direito de constituir família, de casar, ter filhos e netos, perde logo o direito de ter um papel social na família? E por acréscimo na sociedade? E diz que é a autenticidade da democracia que está em jogo? Tem alguma ideia do que isso é? Grave e desajustada é a posição da Igreja com os seus múltiplos “múltiplos e permanentes ataques”. Grave é a homofobia que fomentam, a discriminação nas entrelinhas, grave é a desigualdade que insistem em manter (inclusive o papel das mulheres no seio da Igreja). Insistem na exclusão de milhões de pessoas. Que percebem de amor? E de famílias?

Maria

quinta-feira, abril 9

Ópera Aida de Verdi


Fui ao coliseu do Porto ver a tão prestigiada ópera Aida. Os cenários estavam bem elaborados, com o Egipto sempre em pano de fundo, um vasto reportório operatório e as maravilhosas vozes da escrava e da princesa, que nos arrepiavam os pêlos do corpo.
Narra a história de amor do guerreiro Radamés e da escrava Aida, bem como da paixão da princesa Amneris por Radamés, no Egito antigo. A escrava Aida é na verdade filha de Amonasro, rei da Etiópia, capturada numa das guerras. Ela ama Radamés e também a pátria, cujo seu povo está prestes a invadir a região. Radamés foi escolhido pelos sacerdotes para liderar o exército contra os invasores e vence a batalha. Entre os Etíopes capturados, Aida vê o pai. Com a vitória, Radamés recebe a mão de Amneris e pede que os prisioneiros sejam libertados, o que acontece à excepção do Rei. Aída conversa com o pai e este convence-a a descobrir por onde entrará o exército na Etiópia. Radamés revela o segredo a Aida. Os sacerdotes descobrem e Radamés entrega-se. Durante o julgamento Radamés não aceita trocar o casamento com Amneris pela liberdade e é condenado à prisão na cripta, onde percebe que Aida se havia escondido para morrer com ele. Amneris canta sobre a cripta o amor perdido.
Claro que a ópera seria ainda mais interessante se fosse numa arena/estátio, pois têm elenco para muito mais. Mas, já nos deram um pequeno gosto.

Cecilia

quarta-feira, abril 8

Excelente jogo FCP

Há já muito tempo que não assistia a um jogo com tanta qualidade.
Empatamos com o Manchester United, mas mereciamos vencer.

Cecília

Guerra das Almofadas no Porto

Decorreu sábado passado, na avenida dos Aliados, uma insólita batalha de almofadas. Primeiro desconfiei da iniciativa, achando-a disparatada mas depois de ver as fotos do evento, mudei de opinião e achei giríssimo, uma excelente forma de aliviar o stress diário e de dar umas boas gargalhadas. E porque não? Que para o ano, possa este evento repetir-se (à semelhança de outras batalhas, como a dos tomates e a dos confetes), trazendo um pouco de animação à nossa cidade, tão cinzenta.

Maria

Obama em banda-desenhada

Barack Obama já se tornou um herói de banda desenhada. Ao que consta, a sua actuação em “Amazing Spider-Man #583” foi um sucesso e mensalmente sairão outros “comics” que acompanharão o mandato do presidente. Também será o super herói de um “comics” em que obama defenderá a terra de uma invassão extraterreste. Tal proeza, aliás, já é tipica da cultura americana, habituados a julgarem-se os melhores do mundo e os salvadores do planeta. Que beneficiem pelo menos os apreciadores deste estilo de leitura, sempre poderão decorar mais facilmente a história americana.


Maria

terça-feira, abril 7

Sexo versus Sida

Reportando às recentes declarações do Papa Bento VI, quanto ao risco do uso do preservativo como meio de combater a sida em áfrica, um continente fortemente atacado pela pandemia do vírus, não quero deixar de me manifestar.
A distribuição de preservativos é, neste momento, uma solução para a diminuição da transmissão do HIV. Obviamente, que o problema passa na sua raíz pela prevenção e educação sexual. Os seres humanos têm desejos carnais e satisfazem-nos com ou sem amor. Não se pode fechar os olhos a esta realidade e, por isso, a prática sexual deve ser segura, pois todos somos responsáveis pela nossa sáude (ou deveríamos ser) e pela que transmitimos aos outros. Deve-se ter fácil acesso a preservativos, pois não é a sua divulgação que vai aumentar a prática do sexo (uma vez que quem o quiser fazer faz). Pelo menos fá-lo mais seguramente, e o seu não uso é que constitui um risco no combate à sida.
No entanto, o sexo deveria ser associado a sentimentos, pois é um acto de dar e receber amor e fazer amor é gratificante para o corpo e para alma. Sexo por sexo é vazio, infrutífero. E é este sexo que se tem manifestado, irresponsável. Tornou-se num acto banal, vulgar, como comer e beber. Devería-se ensinar as pessoas a respeitar o seu corpo e a sua alma, incentivando a uma maior humanização da sexualidade. Não se devem usar as pessoas como objecto para mero prazer físíco. O papel do outro é primordial. Temos de aprender a ser responsáveis na sexualidade.

Cecília
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