terça-feira, outubro 27

Direitos das pessoas não são referendáveis

Agora querem referendar o casamento homossexual?
Querem referendar direitos das pessoas?
Direitos das pessoas não são referendáveis.
Não sei o que os movimentos pró vida têm contra o casamento homossexual, pois ainda não percebi de que forma é que as uniões homossexuais têm alterado o ciclo de vida, para terem assim tanto medo de nós. Muitos homossexuais também concebem vidas, não é propriedade exclusiva de heterossexuais. O amor é sinónimo de vida e também esta exclusividade não é dos hetero, homossexuais também se amam muito. Se assim é, também o casamento civil deve ser para todos, pois todos deveremos ser iguais perante a Lei.
Isilda Pegado, presidente da federação Portuguesa pela Vida, afirmou "Essa minoria já tem o direito que reclama. O direito de viver como outras pessoas, nas suas circunstâncias física e psíquica próprias do homossexual. E os seus afectos não são sindicáveis pela lei". Esta senhora claramente não sabe do que fala. Em primeiro lugar, não temos ainda o direito que reclamamos de casar (diga-se com o mesmo sexo, salvaguardando-nos desde já da sua mente imaginativa); em segundo lugar, tem certamente poucos ou nenhuns conhecimentos sobre casais homossexuais, pois não sabe em que circunstâncias física e psíquica muitos homossexuais são obrigados a viver. E a lei tem SIM que alterar esta situação discriminatória.
Olhando também para um grupinho de militantes socialistas católicos, que se sentem incomodados, só peço que Deus lhes transforme o pensamento turvo, pois perderam-se certamente da luz. “Ignorância é dose”.


Maria

sexta-feira, outubro 23

MUDANÇA


Chegam-me de longe murmúrios de mudança, visualizo alguma esperança nas entrelinhas dos jornais. Pelo mundo, erguem-se vozes por uma sociedade mais justa, equilibrada e realista. Nos EUA, Obama luta pela igualdade entre as pessoas, defendendo a equiparação dos direitos homossexuais ao resto da sociedade. Os americanos homossexuais ganharam mais direitos na saúde, passando a dispor de tempo livre para dar assistência em caso de doença ao companheiro. Na doença queremos cuidar das pessoas que amamos, sem que com isso percamos o nosso emprego ou tenhamos que pensar em mil e uma formas de conseguir esse tempo (já disponível na lei aos hetero). Por isso, foi uma grande vitória a conquista deste direito fundamental. Outra temática em que Obama quer mexer, prende-se com as forças armadas. Os homossexuais fazem parte das forças armadas, desde que silenciem a sua orientação sexual. Esta política do “Não perguntes, não o digas”, aplicada nos últimos 16 anos, é discriminatória e não pode continuar. E é nesse sentido que este Presidente tem feito grande diferença. Considero irrisório este receio aos homossexuais, sabido que a homossexualidade sempre existiu no seio dos militares. Naturalmente, não é de estranhar, faz parte da natureza humana. Por cá, Sócrates garante que vai levar à Assembleia o casamento homo. É o que espero dele, mesmo que não seja aprovado. As pessoas não podem continuar simplesmente a fingir que não existimos. À medida que a idade vai avançando, sinto cada vez mais as injustiças e não consigo conformar-me com elas, nem tão pouco esquece-las. Mais que o direito à diferença, quero ter direito à indiferença. Não ser apontada pela minha orientação, apenas ser mais uma na “multiplicidade humana”. A minha mãe ainda não diz às amigas que a filha é homossexual (até da palavra tem medo), receia a reacção dos outros (também tenho às vezes). Este comportamento entristece-me e por isso peço mudança, para que todos possamos “sair do armário”. A liberdade de sermos quem somos, não interfere com a liberdade dos outros serem quem são. Há que sair do casulo, aproveitar as vozes que se ouvem cá dentro e exigir MUDANÇA.

Maria

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