quarta-feira, julho 22
J. K. Rowling e Harry Potter
Não sei se sabem, mas sou uma “devoradora” de bons livros e há uma autora, entre quatro ou cinco que aprecio bastante, a quem quero deixar umas palavras de admiração, pelos excelentes livros que escreveu. Refiro-me a Joanne Rowling, mais conhecida como J.K. Rowling, a famosa escritora britânica de ficção, autora dos sete fantásticos livros da série Harry Potter: Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry Potter e a Câmara Secreta, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, Harry Potter e o Cálice de Fogo, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Harry Potter e o Enigma do Príncipe e Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Obviamente li-os todos e deixem-me dizer-lhes que não sei onde vai buscar tanta imaginação: a fantástica escola de Hogwarts, repleta de aventuras e magia, vassouras voadoras, o Quiditch, personagens que se movimentam nos quadros e jornais, guloseimas com sabores horríveis, gigantes, elfos manipuladores e Harry, Ron, Hermione, Dumbledore, Snape, Voldmort e Malfoy, personagens empolgantes desta saga, entre tantas outras coisas fabulosas.
Os seus livros foram traduzidos para 64 línguas, tendo-se tornado uma das mulheres mais ricas do mundo. A saga tem sido acompanhada cinematograficamente, com grande sucesso (tenho visto todos), mas não consegue transmitir-me o fascínio dos livros.
Parabéns Joanne Rowling.
Maria
sexta-feira, julho 17
Homossexuais masculinos excluídos da dádiva de sangue
O Ministério da Saúde assumiu, por escrito, que os homossexuais masculinos estão excluídos da dádiva de sangue.
Alegam que se trata de eliminar dadores com comportamentos de risco e não dada a sua orientação sexual. Refere o Ministério haver "A necessidade de garantir que os potenciais dadores não têm comportamentos de risco que, em termos objectivos e cientificamente comprovados, podem constituir uma ameaça à saúde e à vida dos potenciais beneficiários, leva à exclusão dos potenciais dadores masculinos que declarem ter tido relações homossexuais".
A minha primeira dúvida é que comportamentos consideram de risco e como avaliam esses riscos?
A actuação masculina, seja homossexual ou heterossexual, é muito equivalente: muitos têm vários(as) companheiros(as) sexuais, ambos praticam muitas vezes sexo sem protecção, frequentam casas de prostituição. O casamento civil também não distingue/diferencia os heterossexuais, pois muitos homens casados com mulheres são bissexuais e inclusive homossexuais, poligâmicos. Afinal, como avaliam aqui o comportamento de risco? Não é apenas através da orientação sexual?
Se um homossexual não revelar a sua orientação, é heterossexual para o ministério e consequentemente dador de sangue. Um heterossexual poligâmico, que tem relações sexuais sem protecção e não o revela, é consequentemente dador de sangue. Como avaliam aqui o comportamento de risco?
Um bissexual poligâmico, que tem relações sexuais sem protecção e não revela, é consequentemente dador de sangue. Como avaliam aqui o comportamento de risco?
Se eu não revelar que partilho seringas quando me drogo, como me avaliam?
Um heterossexual e um homossexual, portadores do vírus da sida e de outras doenças, que omitam a doença, a poligamia, a orientação, são dadores de sangue. Como avaliam o risco?
Não fazem análises ao sangue antes de fazerem a transfusão para outras pessoas?
Isto é discriminação, embora o MS ache que pela circunstância de os homossexuais de sexo feminino poderem ser aceites como dadores, não haja discriminação.
O SOS Racismo fala em "discriminação" e põe em causa o "cientificamente comprovado" pelo MS. "A superioridade da raça ariana também estava cientificamente comprovada".
Como é que me vão garantir o quer que seja? Como vão garantir que uma mulher também não seja um potencial de risco?
Ridículo! Este é, de facto, o Portugal dos pequeninos...
Maria
terça-feira, julho 14
Homens T invadem Avenida dos Aliados
sábado, julho 11
4ª Marcha LGBT no Porto
Peguei num cartaz de uma organização, com um slogan que defendo "casar ou não é nossa decisão / casar ou não é nossa decepção" e exibi-o bem alto para todos o verem. É um direito que me assiste enquanto ser humano.
Stª Catarina foi o ponto mais alto da manifestação, cheia de gente nos passeios, nas esplanadas, nas lojas e janelas dos edifícios. Estavam espantados a olhar a chuva de cartazes, apitos e balões que trazíamos, enquanto cantávamos e gritávamos a plenos pulmões "Seja homem ou mulher, eu amo quem quiser", "nem menos nem mais, direitos iguais", "casar ou não, é nossa decisão".
O nosso comboio de gente animou com alegria, coragem e cantoria as ruas por onde passava, terminando frente à Câmara Municipal do Porto.
Este ano, pareceu-me que éramos mais e mais unidos, como uma grande família.
sexta-feira, julho 10
Direito à minha Dignidade
Amanhã é dia da Marcha do Orgulho LGBT, no Porto. Orgulho por oposição a Vergonha. Visibilidade por oposição a Invisibilidade. Luta por oposição a indiferença. Coragem por oposição ao Medo.
O Medo, esse grande mal que diariamente tantas vezes nos silencia, nos afasta das luzes da ribalta. Tenho muitos medos. Um deles é de não chegar a ver o dia em que deixarei de recear expor a minha orientação sexual.
O Medo esmaga-nos devagarinho, tal como o silêncio. Sei, porque sinto na pele como uma queimadura o peso destes dois tiranos, o peso da falta de liberdade de expressão e por mais que se diga que estamos num país livre, a verdade é que não estamos. Sou mais cautelosa, reservada e apreensiva do que gostaria de ser e tantas vezes mais medrosa também. Imaginem um dia em que não possam fazer publicamente as coisas habituais que fazem com os vossos maridos ou esposas: almocem num restaurante romântico e inibam-se de lhes acariciar as mãos, disfarcem o olhar ternurento e finjam não ouvir os piropos que o empregado de mesa “atira” à vossa companheira ou então toquem-se e sintam-se observados, ouçam os risinhos nas vossas costas, as piadas e gestos ofensivos de certas pessoas; Vão passear pelo parque da cidade e inibam-se de andar de mãos dadas, de se beijarem, de se deitarem ao sol no regaço do vosso amor junto do lago, porque há olhares que ferem como punhais e há pais que se sentem muito incomodados por os filhos presenciarem o vosso amor; Ide jantar a casa dos vossos pais com um casal amigo deles e finjam que são apenas amigos a viver na mesma casa, pois é isso que os vossos pais esperam que o façam. Imaginam a sensação de anulação? Talvez aguentam um dia, mas uma vida inteira é muito tempo.
Recordo-me há uns anos atrás, ter ido a um casamento de uns primos da Cecília. Quando chegou a altura do baile, a Cecília convidou-me para dançar e eu recusei, por sentir-me inibida. Nunca esqueci a decepção que lhe vi nos olhos e, quando finalmente ganhei coragem, já ela não queria. Demorei a perdoar-me dessa falha e não tornei a cometer o mesmo erro noutro casamento que fomos. Dancei com a minha mulher e vivi momentos muito felizes. Quem não gostar não olhe, mude de sala.
É pois pela dignidade das nossas vidas, pelo usufruto dos mesmos direitos com que todos nascemos, que devemos lutar contra o medo, o silêncio e a repressão. Mesmo receando que me possam reconhecer (prejudicar-me profissionalmente?), receando o que possa ouvir, receando ver o que não quero, irei amanhã marchar e gritar pelo pelos meus direitos, pela minha dignidade. Os medos ultrapassam-se passo a passo.
Maria
domingo, julho 5
Pergunta pertinente
Esta semana, o membro mais novo da minha família, uma linda menina de 8 anos, perguntou à Cecília se era casada. Via uma aliança na mão da tia, mas não via homem em lado nenhum. Ora a tia Cecília, que andava ocupadíssima a tirar fotografias e porque a ocasião não era a melhor para dar a resposta, pediu-lhe para falar comigo. A catraia não se fez esperar, e na praia, abordou o assunto. É certo que fiquei atrapalhada, mas tentei explicar-lhe numa linguagem simples, que as tias namoravam uma com a outra. Era mais uma forma do amor de Deus se manifestar, tal como nas relações heterossexuais. Nunca me inibi, na presença dela, de chamar a tia por “amor” ou de fazer pequenos gestos carinhosos. “Tia, tudo bem” diz-me ela “não tem problema, conheço assim meninos na escola”. É fantástico o modo de como as crianças sentem as coisas. A expressão dela trespassava o pensamento “e qual é o problema?”. "Tudo bem", repetiu. Passados segundos, conversávamos sobre trivialidades. Adoro a minha pequenita.
Maria