terça-feira, dezembro 29
sexta-feira, dezembro 18
Governo aprova proposta de lei sobre casamento homossexual

terça-feira, dezembro 15
O despertar do amor
Comparativamente aos dias de hoje, constato que muito pouco mudou, não fossem os casos de prostituição em algumas instituições e o tráfego de mulheres para esses fins. O abuso de poder e a repressão do amor feminino infelizmente são temas muitos actuais. O amor ainda não é bem aceite e permanece escondido da sociedade. Só muito recentemente os filmes lésbicos passaram a ter finais mais felizes, talvez porque já vivamos finais mais felizes.
Mas ainda permanecemos na sombra, e a forma cinematográfica com a qual nos caracterizam (salvo algumas excepções), continua a reduzir a mulher lésbica a uma tresloucada. A mim choca-me esta imagem negativa que é perpassada ao mundo, é necessário mudar muitos alicerces.
O filme deixa-nos chocados, mas é uma boa obra.
Cecília
segunda-feira, dezembro 14
Hotel Gat Rossio tornou-se campo de batalha
É uma obra de arte bem enquadrada no estilo moderno do hotel e na diversidade da nossa cidade. Há quem se sinta ofendido pelo uso da estátua para outros fins que não o religioso, mas há que abrir os horizontes...e nos preocuparmos apenas com o que realmente prejudica. Só mesmo gente "mesquinha" para fazer de pormenores artísticos, campos de batalha, com tantas coisas graves por aí para se ocuparem. Além do que, a adoração de estátuas não deveria fazer parte do quotidiano católico.
Quando for à capital, não me vou esquecer de passar por aí ... e conviver com as Gatas!
Cecília
quarta-feira, dezembro 9
segunda-feira, novembro 30
Concerto de Rodrigo Leão no Coliseu do Porto
Cecília
terça-feira, novembro 10
SARAMAGO
Saramago é, além de um brilhante escritor, um homem que vê o mundo de forma muito peculiar. Ele escava assuntos que receamos analisar, explora as qualidades e defeitos do ser humano, inclusive de Deus, e expõe-nas de forma nua e crua. É isto que me fascina na sua escrita, a visualização do que estará para além das coisas, o sentido, o conceito. “As Intermitências da Morte”, “Todos os Nomes” e “Caim”, são para mim os seus melhores livros. Em “As Intermitências da Morte”, Saramago explora os comportamentos humanos no caos da ausência da morte; em “Todos os Nomes”, tece uma teia humana, mostrando-nos o quanto nós e as nossas acções nos interligam uns aos outros; e em “Caim”, Saramago questiona a justiça e a bondade de Deus, mostrando-nos a sua crueldade, as suas vinganças e invejas para com os seres humanos. Caim vinga-se de Deus matando os descendentes de Noé e incitando também este a suicidar-se. E com isto, não haverá recomeço de um novo mundo.
E em todos eles, há uma ironia latente, que se acentua em “Caim”e que proporciona uma boa dose de humor aos seus escritos.
Parabéns ao nosso Nobel da Literatura.
Maria
quinta-feira, novembro 5
As más línguas...
Em primeiro lugar, deixe lembrar-lhe que a sociedade a que se refere é aquela em que eu própria estou incluída. Ninguém quer secundarizar a instituição do casamento, mas simplesmente corrigir a falha nela existente relativamente a casamentos homossexuais. Aí sim, estará correcto falar-se em enformar devidamente a sociedade, com casais heterossexuais e homossexuais.
Em segundo lugar, a complementaridade numa relação de duas pessoas não se rege somente em masculino/feminino, existe também no feminino/feminino e masculino/masculino, não fossem caso disso os milhões de homossexuais que vivem relações felizes, não só de coabitação mas inclusive com filhos. No entanto, pergunto-me que percebe D. Manuel Clemente de relações, quando não sabe o que é viver uma relação amorosa. Que direito julga ter para querer referendar aquilo que Deus uniu?
Em terceiro lugar, direitos das pessoas não se referendam, já devia saber disso. Se olhasse em redor, talvez pudesse aprender com o exemplo da Igreja da Suécia, que já aprovou o casamento religioso dos homossexuais, sem diferenciar as pessoas.
Será assim Deus tão diferente de uns países para os outros?
Cecília
segunda-feira, novembro 2
O que separa as igrejas cristãs?
Não posso deixar de sentir-me chocada e confusa com os acontecimentos dos últimos dias. Alguns grupos de anglicanos pediram para serem integrados na Igreja Católica. A reunificação das duas igrejas até seria um bom projecto, se os motivos de fundo não fossem os que se apresentam: a ordenação de mulheres a
Bispo e a orientação homossexual. Em pleno século XXI, choca-me que factores de género e de orientação sexual ainda sejam motivo de segregação e discriminação. Para os cristãos anglicanos, os tabus sexuais ou de género já são considerados supérfluos e divisionistas, zelando-se mais pelos Direitos Humanos. A Igreja Anglicana ganhará com a saída destes clérigos presos à Tradição, castradores e conservadores, permitindo-lhe assim uma nova reestruturação. Ora, a igreja Católica, carente de padres, está a criar uma estrutura especial para acolher os anglicanos descontentes. Especial porque muitos padres anglicanos são casados, e como é sabido, a igreja católica não aceita que padres se possam casar. Excepção para uns? E os outros? E como saberão se são homossexuais ou não? Lamento é que neste tempo em que se luta por Direitos Humanos, se vejam ainda pretensos religiosos a incentivar divisões e diferenças. Que pode oferecer uma Igreja que nem reconhece a igualdade das mulheres ou a diversidade da orientação sexual dos seres humanos?
Mariaterça-feira, outubro 27
Direitos das pessoas não são referendáveis
Querem referendar direitos das pessoas?
Direitos das pessoas não são referendáveis.
Não sei o que os movimentos pró vida têm contra o casamento homossexual, pois ainda não percebi de que forma é que as uniões homossexuais têm alterado o ciclo de vida, para terem assim tanto medo de nós. Muitos homossexuais também concebem vidas, não é propriedade exclusiva de heterossexuais. O amor é sinónimo de vida e também esta exclusividade não é dos hetero, homossexuais também se amam muito. Se assim é, também o casamento civil deve ser para todos, pois todos deveremos ser iguais perante a Lei.
Isilda Pegado, presidente da federação Portuguesa pela Vida, afirmou "Essa minoria já tem o direito que reclama. O direito de viver como outras pessoas, nas suas circunstâncias física e psíquica próprias do homossexual. E os seus afectos não são sindicáveis pela lei". Esta senhora claramente não sabe do que fala. Em primeiro lugar, não temos ainda o direito que reclamamos de casar (diga-se com o mesmo sexo, salvaguardando-nos desde já da sua mente imaginativa); em segundo lugar, tem certamente poucos ou nenhuns conhecimentos sobre casais homossexuais, pois não sabe em que circunstâncias física e psíquica muitos homossexuais são obrigados a viver. E a lei tem SIM que alterar esta situação discriminatória.
Olhando também para um grupinho de militantes socialistas católicos, que se sentem incomodados, só peço que Deus lhes transforme o pensamento turvo, pois perderam-se certamente da luz. “Ignorância é dose”.
sexta-feira, outubro 23
MUDANÇA

Chegam-me de longe murmúrios de mudança, visualizo alguma esperança nas entrelinhas dos jornais. Pelo mundo, erguem-se vozes por uma sociedade mais justa, equilibrada e realista. Nos EUA, Obama luta pela igualdade entre as pessoas, defendendo a equiparação dos direitos homossexuais ao resto da sociedade. Os americanos homossexuais ganharam mais direitos na saúde, passando a dispor de tempo livre para dar assistência em caso de doença ao companheiro. Na doença queremos cuidar das pessoas que amamos, sem que com isso percamos o nosso emprego ou tenhamos que pensar em mil e uma formas de conseguir esse tempo (já disponível na lei aos hetero). Por isso, foi uma grande vitória a conquista deste direito fundamental. Outra temática em que Obama quer mexer, prende-se com as forças armadas. Os homossexuais fazem parte das forças armadas, desde que silenciem a sua orientação sexual. Esta política do “Não perguntes, não o digas”, aplicada nos últimos 16 anos, é discriminatória e não pode continuar. E é nesse sentido que este Presidente tem feito grande diferença. Considero irrisório este receio aos homossexuais, sabido que a homossexualidade sempre existiu no seio dos militares. Naturalmente, não é de estranhar, faz parte da natureza humana. Por cá, Sócrates garante que vai levar à Assembleia o casamento homo. É o que espero dele, mesmo que não seja aprovado. As pessoas não podem continuar simplesmente a fingir que não existimos. À medida que a idade vai avançando, sinto cada vez mais as injustiças e não consigo conformar-me com elas, nem tão pouco esquece-las. Mais que o direito à diferença, quero ter direito à indiferença. Não ser apontada pela minha orientação, apenas ser mais uma na “multiplicidade humana”. A minha mãe ainda não diz às amigas que a filha é homossexual (até da palavra tem medo), receia a reacção dos outros (também tenho às vezes). Este comportamento entristece-me e por isso peço mudança, para que todos possamos “sair do armário”. A liberdade de sermos quem somos, não interfere com a liberdade dos outros serem quem são. Há que sair do casulo, aproveitar as vozes que se ouvem cá dentro e exigir MUDANÇA.
Maria