terça-feira, novembro 10

SARAMAGO


Saramago é, além de um brilhante escritor, um homem que vê o mundo de forma muito peculiar. Ele escava assuntos que receamos analisar, explora as qualidades e defeitos do ser humano, inclusive de Deus, e expõe-nas de forma nua e crua. É isto que me fascina na sua escrita, a visualização do que estará para além das coisas, o sentido, o conceito. “As Intermitências da Morte”, “Todos os Nomes” e “Caim”, são para mim os seus melhores livros. Em “As Intermitências da Morte”, Saramago explora os comportamentos humanos no caos da ausência da morte; em “Todos os Nomes”, tece uma teia humana, mostrando-nos o quanto nós e as nossas acções nos interligam uns aos outros; e em “Caim”, Saramago questiona a justiça e a bondade de Deus, mostrando-nos a sua crueldade, as suas vinganças e invejas para com os seres humanos. Caim vinga-se de Deus matando os descendentes de Noé e incitando também este a suicidar-se. E com isto, não haverá recomeço de um novo mundo.

E em todos eles, há uma ironia latente, que se acentua em “Caim”e que proporciona uma boa dose de humor aos seus escritos.

Parabéns ao nosso Nobel da Literatura.

Maria

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