sábado, dezembro 3

Já foste alvo de algum tipo de agressão?


Já foste alvo de algum tipo de agressão física ou psicológica devido à tua orientação sexual? Esta é uma pergunta de um inquérito da Dezanove, que mereceu hoje a minha atenção.
Ao longo da minha vida, no que diz respeito à minha orientação sexual, ouvi vários disparates e assisti a alguns comportamentos menos felizes, de pessoas que me são próximas. Com maior ou menor dificuldade, foram-se apercebendo que afinal não somos muito diferentes delas próprias, que somos tão normais e banais quanto elas, retirando alguns excêntricos.
É verdade que quanto maior é a visibilidade, maior é a violência para connosco. Não sou mulher de ficar sentada de braços cruzados à espera que os outros resolvam as dificuldades que me surgem no dia-a-dia, mas pelo contrário, luto pelos meus direitos.
Apesar de o casamento civil homossexual ter saído há quase 2 anos, muitas pessoas continuam a viver a sua má formação pessoal, a sua ignorância, tentando oprimir os outros.
Estive há dias num parque a tirar umas fotos românticas com a minha companheira, quando um fulano decidiu insultar-nos com uma série de palavrões que nem quero colocar aqui. Este foi claramente o incidente mais homofóbico que tive até hoje e claramente porque me tornei visível.
Não consigo perceber como alguém que não me conhece de lado nenhum, tem o descaramento e a prepotência de nos atacar desta maneira. O infeliz lá deve ter pensado que duas mulheres não lhe faziam frente, mas enganou-se. Levou resposta a todos os insultos.
Fiquei chocada com este acontecimento. Demorei alguns dias a sarar a ferida mas regressei mais forte. Descobri que o slogan “it get’s better” não é cem por cento correcto, uma vez que a violência física e psicológica acontecem.
No entanto, não vou deixar de ser quem sou, de viver onde vivo, de sentir e mostrar o que sinto. Viver vive-se por inteiro, só assim “it gets better”. Sempre.
Maria

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